quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

SE EU NÃO FOSSE UM MONSTRO


https://www.google.com.br/search?q=monstro&espv=2&biw=1366&bih=627&tbm=isch&imgil=ay3SOsUzuqrHjM%253A%253BzSZQqHIU8eQffM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fpt-br.harrypotter.wikia.com%25252Fwiki%25252FMonstro&source=iu&pf=m&fir=ay3SOsUzuqrHjM%253A%252CzSZQqHIU8eQffM%252C_&usg=__kHfnQ812Sb7PHwhMfkLDoTe7Bmw%3D&ved=0ahUKEwjG3Imlp5jRAhXHi5AKHfDwD9kQyjcINA&ei=Vm5kWMbZKseXwgTw4b_IDQ#tbm=isch&q=m%C3%A1scara&imgrc=Er3TfW1GmSs0rM%3A


em sua última versão
ele vem requintado
e rir tão bem
quanto sabe chorar
e papel de artista
é-lhe mera faceta,
em faces diversas
filhas da hora;
seu abraço de urso,
seu sorriso amigo,
seu dente de ouro,
uma vida custou;
seu deus tão terrível,
seu bom inimigo,
seu cérebro cifrado,
sua mão já vermelha,
meu sonho redondo
esquadrinhou;
seu nome de homem,
seu choro infantil,
uma pobre mulher já enxugou;
seu caso e descaso
viu que a vida
via
então lhe furou os olhos
pra negar-lhe a dor.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

JOGO DE PODER


https://www.google.com.br/search?q=jogo+de+poder&espv=2&biw=1366&bih=627&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj-z7zGooXRAhVEhpAKHXyEDmEQ_AUICCgD#tbm=isch&q=poder+da+corrup%C3%A7%C3%A3o&imgrc=hkuhNgl0NIAbiM%3A


          
     O jogo que leva uma pessoa ao “poder”, via de regra, não “obedece” regras, isso porque, à luz dos fatos, as pessoas que têm manifestado ambições pelo poder, em tese, têm colocado essa conquista acima de qualquer pudor. O comportamento de tais pessoas demonstra que elas confiam em que o suposto poder abrir-lhes-á, senão todas as portas, ao menos as que elas acreditam necessárias à “felicidade” pensada, mais uma vez, vitória do conluio pragmático sobre o escrúpulo.
     O país em que vivemos apresenta um repertório vastíssimo de exemplos tão bem registrados e reconhecidos que a ninguém cabe o papel de ingênuo ante a vitrine do terror que se expõe perante todos. Se esses exemplos se restringiam, em tempos idos, ao campo da política, ou eram muito bem escondidos do público ou seus autores eram muito mais competentes, diga-se, o mal era maior, pois ora se espraiam, abundante e escandalosamente, por todos os poderes, inter e intra, institucionalmente.
     A política e o judiciário parecem definitivamente devassados pela sanha luxuriosa do desespero descrente da eternidade que lhes resta, já não cuidam de enganar nem tampouco com os holofotes que lhes pintam com as mesmas tintas, abandonaram de vez as sombras. Também já não parece restar cúmplices, senão circunstanciais, sobrando mesmo, adversários ferozes, ainda que “irmãos”. As posições almejadas, nas escadas da vida, desafiam a integridade que resta na mente, ainda simplória da plateia retardatária, semeando, persistentemente, a descrença nos últimos alvissareiros.
     Em um estado “democrático”, o Poder Judiciário seria a última e sempre viva esperança de correção de abusos, mas no momento em que se perde a confiança nesta instituição, perde-se, igualmente, a esperança em qualquer equilíbrio por direito. Nossos interesses particulares não deveriam jamais se sobrepor aos da coletividade, sob pena de aceitarmos a raia do ridículo como nosso último reduto moral.



“NUNCA O MAIS FORTE O É TANTO PARA SER SEMPRE SENHOR, SE NÃO CONVERTE A FORÇA EM DIREITO, E EM DEVER A OBEDIÊNCIA…”.[1]















[1] Jean-Jacques Rousseau – Do Contrato Social.

sábado, 10 de dezembro de 2016

A POLÍTICA DOS ACORDOS


httpswww.google.com.brsearchq=acordo+pol%C3%ADtico&biw=1366&bih=627&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj23fm18vHQAhVDQpAKHZj0ASUQ_AUIBygC#tbm=isch&q=acordo&imgrc=VHEqfif05kW-vM%3A

     
     É importante que todas as pessoas tenham ou construam a noção mais ampla e imparcial possível do que é política, do que é acordo e do que são as razões que motivam os acordos. Para que consigamos um nível de razoável consenso, precisaremos considerar que vivemos uma realidade conceitual, isto é, onde tudo parece submetido a conceitos estabelecidos por instituições e/ou colegiados, quer arbitrários, quer democráticos. Não parece prudente defendermos que descobertas e invenções tenham sido conceituadas por outrem senão por quem lhes concebera, daí, dicionários para todos os gostos.
     O filósofo alemão, Immanuel Kant, disse: "Tudo o que não puder contar como fez; não o faça! Se há razões para não contar; há para não o fazer."[1] Naturalmente que a teoria é infinitamente simplista ante a praticidade dos acontecimentos. Não obstante a distância entre a teoria e à prática é certo que quem pleiteia direitos não pode se esquivar de deveres, e, assim sendo, acordos feitos sob a sombra da transparência deixam rastros não identificáveis, apontando para procedimentos suspeitos, conluios nocivos, talvez criminosos, contra o que, nem sempre se tem tempo hábil para se impedir suas consequências.
     Este texto tem a pretensão de provocar em cada leitor/a a necessária reflexão acerca do tema e de sua extensão em cada um/a, afinal, é sabido que por mais despudorada que sejam as políticas brasileiras, mais especificamente a partidária, nós, como motor dessa sociedade, é quem lhes molda para ser o que é. O político não veio de um planeta estranho a nós, ele é um de nós, e se ele faz a política podre que temos, é porque nós a fazemos. Cada acordo feito representa um fruto de nossa política, fruto esse que não tem de ser, necessariamente, podre, o que vai depender dos termos que o conceberá.
     Um acordo pode salvar uma cidade, ou exterminar uma nação e qualquer que seja ele a política será sua progenitora e os titulares dessa política terão em nós o suporte que lhes garante a necessária confiança e poder para colocar em prática suas ideias, salvacionistas ou exterminadoras. Percebe-se que ainda prevalece em nós um sentimento que apequena a razão, provocador de um partidarismo não raramente cego, passional, um misto de ideologia pragmatizada capaz de nos reduzir a míseros fantoches despidos de qualquer vestígio de bom senso.

NÓS ESCOLHEMOS SER O QUE SOMOS, NÃO ADIANTA CULPAR BRASÍLIA.




[1]https://pensador.uol.com.br/frase/MTkzMjg1OA/

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A POLÍTICA DA “SALVAÇÃO”

https://catracalivre.com.br/geral/inusitado/indicacao/macaco-adota-filhote-de-cachorro-e-da-exemplo-de-generosidade/
     

     O que seria a política da salvação? Tal política seria uma ideia pensada a partir de um conceito de prática exemplar que resultasse em atitudes capazes de não produzir o indesejável em toda e qualquer configuração. Não se trata de pretender eliminar as diferenças, mas de nos impor a autodisciplina capaz de nos impedir de advogar contra quem quer que seja, isto é, de colocarmos o cuidado para com o outro, da mesma forma que o colocamos para conosco. Só respeitando as diferenças, elas poderão produzir resultados de “nível superior”, resultados esses que serão compartilhados por todos em benefício de todos.

http://arosadotemplo.blogs.sapo.pt/5047.html

     O discurso sobre um ser humano falho e sobre as diferenças das pessoas, ao longo dos tempos, parece alimentar e defender um tipo de emancipação egocêntrica da humanidade como deusa da discórdia, capaz de assegurar práticas absurdas entre pessoas tidas como “normais” e inteligentes. É de conhecimento histórico que, se os absurdos da humanidade não pouparam as vítimas de seus autores, tampouco os poupou. Em verdade, não há premiados pelas práticas do mal, da mesma forma que não parece razoável se considerar vencedores de guerra, quiçá sobreviventes. Ou seja, talvez possamos, em algum tempo, refletir sobre a morte como castigo, uma vez que a eternidade dourada jamais será prêmio para alguém.

https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=578&noj=1&tbm=isch&sa=1&q=amor+perfeito&oq=amor+perfe&gs_l=img.3.0.0l10.24765.28157.0.29987.15.15.0.0.0.0.511.1833.0j6j2j5-1.9.0....0...1c.1.64.img..8.7.1427...0i8i30k1j0i5i30k1j0i30k1j0i67k1.FzXRK-BbD84#imgrc=L7kuJoQPVJzQDM%3A

     Esse tipo de política parece concebível? Partindo de “onde estamos” e de “quem ora somos” é razoável se dizer que não, mas se recuarmos 100 (cem) anos para cada grande descoberta científica, ora já tão simplificada, até banalizada, como o “avião”, por exemplo, podemos ser levados a repensar cada resposta que, apressadamente, salte aos nossos lábios. Que cada um pense o tipo de “políticas” que adotaria para o “futuro” sonhado de sua família, caso dispusesse de todo recurso que julgar necessário. Agora pense se a sociedade, na qual você está inserido, fosse apenas uma grande família e você, seu pai, o provedor. Naturalmente, que um pai zeloso prima pelo bem de seus filhos, contornando qualquer obstáculo que se apresentar com o único objetivo de garantir o bem-estar de seus protegidos.

https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=578&noj=1&tbm=isch&sa=1&q=manh%C3%A3+de+sol&oq=manh%C3%A3+de+&gs_l=img.3.0.0l10.55558.56397.0.58001.4.3.0.1.1.0.139.383.0j3.3.0....0...1c.1.64.img..0.4.391...0i67k1.ayBaojadFEM#imgrc=w5N5Pxs-Y8vDWM%3A

     O despertar para “salvar” a nós mesmos, em princípio, requer essa tomada de consciência, a aceitação do compromisso em prol do outro como se este não passasse de nossa extensão, o exercício ininterrupto da autodisciplina, a renúncia definitiva da desculpa pelo não fazer, a determinação indelével de não retroceder a esse preceito, a consciência intransigente de que seu bem depende do bem do outro e vice-versa. Aceitarmos a sociedade como uma família para a prática de tal política seria tirarmos o máximo de tudo pelo bem de todos, incansavelmente.  Tal prática seria repassada de geração pra geração, e quaisquer que fossem as formas de educar ou formar os jovens, seriam únicas.

https://www.google.com.br/search?q=realidade+nua+e+crua&biw=1366&bih=578&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjc_u252szQAhVJiZAKHZRYCewQ_AUICSgE#tbm=isch&q=arrependimento&imgrc=Je9svtKFLA-22M%3A

     Utopia à parte, as práticas corriqueiras da sociedade, não obstante desenhadas e identificadas, com causas e defensores, elas também não poupam uma ou outra parte, apenas os resultados de sua “justiça”, ordinariamente, seleciona a posição de cada um na fila de seus acontecimentos, incapaz, contudo, de administrar o extraordinário, com o que, vez por outra, surpreendem-se seus pretensos plantonistas. Daí, mesmo que impalatável, percebe-se que o palco em que encenamos é um só, portanto, que não se pode negar que nesse xadrez, somos todos peões.

O ARREPENDIMENTO ATÉ PODERÁ VIR, MAS SEM Ctrl+Z.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

DESONESTIDADE, PATRIMÔNIO DE QUEM...?

https://www.google.com.br/search?q=DESONESTIDADE&espv=2&biw=1366&bih=627&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjyt6mrybPQAhUJh5AKHX5LADsQ_AUIBigB#tbm=isch&q=DESONESTO&imgrc=Rka_Q3gmhRoFOM%3A

     Cultura é o “conjunto de tradições, técnicas e conhecimento de um povo”; entre tantos outros, este é um conceito que parece bastante ajustado ao termo em tela. Já se tornou clichê o discurso que atribui as mazelas do Brasil à sua cultura, isto é, quando alguém é flagrado em comportamento pouco ou nada recomendável, normalmente, se culpa à nossa cultura, como é o caso do já famoso “jeitinho brasileiro“, “o vício do cachimbo deixa a boca torta” etc.
     Uma verdade que parece incontestável é a de que nossa cultura é mais que, relativamente, desonesta, é a de que nossa predisposição ao crime, mesmo que em fase embrionária, é prática comum em nosso dia a dia, o que já nem nos constrange.  As práticas desonestas, corruptas, vis, torpes etc., em linhas gerais, asseguram a seus praticantes um êxito tal, que, normalmente, a honestidade sequer “ousará” pretender, pois a cultura da imoralidade brasileira tornou-se sistêmica, naturalmente, e isso se impõe de forma tão estupidamente incorrigível, que se negar a obedecê-la é, simplesmente, o mesmo que abdicar do intento.
     Uma reflexão, mesmo que superficial, da história do Brasil, joga luz sobre inúmeras situações de comportamentos desonestos. E para começar, podemos trazer “a descoberta do Brasil”, por exemplo, que cabe perfeitamente ser rediscutida sob o ponto de vista de invasão, afinal, seu suposto descobridor/invasor não fora convidado.
     Outra reflexão pode sugerir um motivo bastante forte para "explicar" a desonestidade da sociedade, não apenas brasileira, o capital, instrumento pensado para atender a “todos” os desejos do ser humano. E a ilusão da “riqueza” que alimenta a desenfreada busca por mais e mais capital, na insana confiança de que isso transforma pessoas em seres “superiores”, impede que se reflita sob a ótica do bem e da ética.
     Os exemplos dados e reiterados em abundância por pessoas em postos de relevância no comando dos destinos de um país, como é o caso do Brasil, não só reforça a ideia de que a cultura da desonestidade impera com êxito e completo desembaraço, também estimula seguidores, ridicularizando com descaso e insucesso quem não se submete à regra da corrupção já, institucionalmente, pacificada.

A CULTURA POLÍTICA[1] BRASILEIRA DEFORMA A SOCIEDADE.



[1] Habilidade no relacionar-se com os outros tendo em vista a obtenção de resultados desejados. (DICIONÁRIO HOUAISS)

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O PODER E O POVO

     
httpswww.google.com.brsearchq=o+poder+e+o+povo&espv=2&biw=1366&bih=638&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiA79Tbw5rQAhXBgpAKHXqeCnkQ_AUICCgD#tbm=isch&q=multid%C3%A3o+de+pessoas&imgrc=PUJEDkPiyg7xoM%3A

     A relação entre poder e povo oferece muito, senão tudo que precisamos para refletir sobre o que nos cerca desde sempre, afinal, aquele não existe desassociado deste. Talvez jamais se esgote a discussão sobre o poder estar com o povo, não obstante as controvérsias, até porque, não raro se percebe este sendo oprimido por aquele. 
     O mais importante é a reflexão que fazemos para entendermos como surgem o poder e seus desdobramentos. Ele não emana do nada, não tem existência concreta, não tem senso de humor, mas no campo do abstrato, ele assume a posição de entidade máxima quando se trata de fazer acontecer.
     Uma análise superficial nos desperta para a relação entre poder e força e como esta parece mais compreensível em sua origem, isso já aponta, ao menos para um entendimento: se aceitarmos que o mais “forte” tem mais força teremos de aceitar que o mais forte é o mais poderoso.
     No entanto, o poder, a força e o povo continuarão estimulando nossas discussões. Mas outro entendimento se desenha: o poder precisará de organização, ou seja, poderá tê-lo quem melhor se organizar. Caberá ao povo essa façanha sob pena de ser organizado, dominado, instrumentalizado, transformado em boi de boiada.
     Ante o que se constata nos palcos da vida, não seria demais afirmar que o povo perdeu seu atributo mais valioso, e a pequena parcela de pessoas que melhor se preparou no desafio de entender o poder, abraçou-o como uma mãe a sua cria.

     Nesse momento, no Brasil, é assustador como o povo parece anestesiado, aguardando sabe-se lá o que para levantar. Resta-nos torcer para que não lhes faltem pernas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O PODER DA FORÇA

httpswww.google.com.brsearchq=a+for%C3%A7a+da+estupidez&espv=2&biw=1366&bih=638&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjVpL6Qof7PAhVFkpAKHSbKDWIQ_AUIBygC#imgrc=oWvIfNhZEoyiwM%3A
                    

“Nunca o mais forte o é tanto para ser sempre senhor, se não converte a força em direito e em dever a obediência;” já dizia Rousseau nos idos de 1762. Isso sugere que entre Adolf Hitler e Teresa de Calcutá, por exemplo, estamos todos nós outros, pobres mortais, com ou sem força.

Como partes de um Estado que se impõe como guardião da sociedade, capaz de cobrar desta e a seu modo, tudo que entende necessário para seu sustento, assistimos sua impotência e incompetência sempre que pune o cidadão por não educá-lo.

Naturalmente que na distribuição e organização da tarefa de cada membro da sociedade, não se poderia prescindir da “ordem”, daí a necessidade da lei, e como a maior de todas, a Constituição Federal.

Entretanto, percebe-se que a lei continua refém dos interesses da sociedade, e esta incapaz de produzir o consenso, mas nem tanto de desobedecer à própria Constituição, daí o gigantismo da “força”.

As forças de uma sociedade se estabelecem dentro de uma conformidade “natural”, mas o jugo da lei não se aplica igualmente entre os legislados, o que produz a desordem, que ao clamar por outras forças provoca a injustiça, onde se perde a sociedade.

A necessidade de o Estado gerir sua existência o transformou em “patrão”, assemelhando-se a outros não “estatais”, enquanto a lei estabelece direitos e deveres para patrões e empregados, assistindo, no entanto, a  “força” centrada no empregador. Dentre os direitos do trabalhador está o de protestar contra os abusos do patrão, o conhecido direito de greve.

Esse é um instrumento usado em casos de intransigência total do senhor, o que demonstra que não há greve por preferência do empregado, mas por exigência velada do patrão que detém a condição de negociar.

Em inúmeros casos em que o trabalhador, no uso de seu direito à greve é punido pelo Poder Judiciário, mesmo à revelia da Lei, este desmoraliza o Estado, pois, normalmente, a greve nasce da necessidade  do empregado e da intransigência do patrão.

Há um direito constitucional de reposição inflacionária garantido a todo trabalhador que, vez por outra, o Estado/patrão ignora, eis aí uma situação em que o empregador não teria responsabilidade alguma por uma possível greve, o que desautorizaria qualquer corte de ponto do trabalhador.


A lei (um judiciário) antiética é uma ameaça à decência, é um descalabro, é uma derrocada, é o cúmulo a pretensão.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

IGUAIS E DIFERENTES

httpswww.google.com.brsearchq=igual+e+diferente&biw=1242&bih=580&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjt9Z_mwuXPAhUGl5AKHfDjB7oQ_AUIBigB#tbm=isch&q=multid%C3%A3o&imgrc=KB9DqSgFCP9KTM%3A

é assim que somos:
frágeis amantes,
odiosos ferrenhos,
indecisos, “todos”,
senhores causídicos, circunstanciais,
e entre crentes e tementes, convenientes;
doutores… do que?
“sábios aprendizes” do querer,
estúpidos sábios do poder,
inimigos irmãos,
pobres deuses
em altares de areia,
convictos de alguém falou,
de olhares perdidos
e pobres palavras,
pegadas dispersas
à revelia de quem…

sábado, 8 de outubro de 2016

RÉU CONFESSO

httpswww.google.com.brsearchq=r%C3%A9u&biw=1242&bih=580&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj-1aicjczPAhXFkpAKHfnmD2oQ_AUIBygC#tbm=isch&q=o+arrependido&imgrc=eOpMfAah6KTbkM%3A


eu confesso toda minha culpa,
confesso todos os crimes que pensei:
eu criei o reino de minha vaidade
onde consciente e inconscientemente sentenciei,
minhas pobres palavras com que pequei,
aqui as confesso:
contra tantos
em tom de justiça proferi
e vingando mágoas do m
im de justi pequei
sentenciei
blasfemei,
quantas vezes senti o meu próprio veneno
destilado em palavras que não vigiei,
mas o que mais me fez vítima
foram os pecados que pratiquei:
eu vi o mundo e o desejei,
eu tramei para ser o primeiro;
não respeitei o inimigo de minhas vitórias
que, vaidosamente, criei,
eu só pensei em mim
e por meus pecados
não peço perdão,
mas quando achar que não pequei
que eu sirva de degraus para aqueles
em quem sequer tropecei.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O VALOR DO VOTO

httpswww.google.com.brsearchq=o+pre%C3%A7o+do+voto&espv=2&biw=1242&bih=602&site=webhp&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjz5KPVorPPAhUEjJAKHWIpDsMQ_AUICSgE#imgrc=T-uhrFZsPwuGIM%3A


     O voto decide quem será o ou a presidente da associação de seu bairro, o voto decide quem será o vereador ou a vereadora de sua comunidade, o voto decide quem será o prefeito ou a prefeita de sua cidade, o voto decide quem será o deputado ou a deputada de sua região, o voto decide quem será o governador ou a governadora de seu estado, o voto decide quem será o ou a presidente de seu país.
     E mais, em casos de conflito e/ou grandes interesses, o voto também pode decidir se haverá guerra, quem será morto e quem viverá, ou seja, o voto tem um poder tão amplo que dificilmente o compreenderemos em sua totalidade. O que não significa dizer que isso é impossível.
     Naturalmente, que sempre haverá discórdia entre nós quanto ao entendimento acerca desse, como de qualquer outro assunto, mas, ouso dizer que seria bastante positivo que aceitássemos refletir pontos como esse, afinal, o voto interfere na vida de todos nós.
     É sabido que, como eleitores, nós temos “nossas” razões que explicam e defendem nosso voto, e sempre que tal posição vai na contramão da lógica política, invariavelmente, os políticos são os maiores irresponsáveis, afinal, os exemplos que sobram em nossa história, senão todos, a imensa maioria, aponta(m) para políticos aproveitadores.
     É comum a exibição de humildade, diga-se, “normalmente”, falsa, de políticos durante as campanhas, pois em tais circunstâncias, esses são competentes atores, e se uma vez eleitos faltar-lhes competência política, não lhes faltarão instrumentos, “todos” discutíveis, em defesa de sua nova posição.
     O eleitor é o grande juiz da política, é ele quem decide quem ganhará, em sua sabedoria humilde ou imponente. É lamentável que o político, historicamente, tenha lhe dado as costas, destruindo sua fé e sua esperança.








domingo, 18 de setembro de 2016

AS FACES DA PEDRA

httpswww.google.com.brsearchq=AS+FACES+DA+PEDRA&espv=2&biw=1517&bih=735&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwih6ezxoprPAhXIl5AKHW3xCv4Q_AUIBigB&dpr=0.9#tbm=isch&q=PEDRA&imgrc=StEvEGiGASUNYM%3A


no meu caminho,
eu vi uma pedra,
persistente pedra,
orgulhosa pedra,
uma entre tantas
de meus tantos caminhos;
não me choquei na pedra
do meu caminho,
não me desviei da pedra
do meu caminho,
não zombei
nem chutei a pedra
do meu caminho,
eu pensei:
que pedra!
e pensei que pedras
estão para os caminhos,
como já dizia Drummond;
e pensei…,
pensei e pensei…
se não fossem as pedras…


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O APELO DO SILÊNCIO

httpswww.google.com.brsearchq=o+apelo+do+silencio&espv=2&biw=1517&bih=741&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjnpOv2w4DPAhWDW5AKHQ0RBbgQ_AUIBigB&dpr=0.9#imgrc=oEtKQay8uFH_5M%3A

Perdão, oh meu pai divino,
Por sua obra pretender versar,
Isso sou eu em minhas alegrias,
E em minhas tristezas, querendo ajudar;

Das coisas que entendo e que não entendo,
Em minha humildade, eu quero falar,
A começar pelas secas que nos matam de sede,
E pelas enchentes que nos fazem naufragar;

Não entendo o sol contra o lavrador,
Não entendo as chuvas fora de lugar,
Não entendo o silêncio das vítimas,
Não entendo a justiça que nos faz penar;

Não entendo a força das águas,
Porque todas elas correm pr'o mar,
Por que, que os rios não correm pra cima,
Se os oceanos se encontram por todo lugar?

Não entendo os filhos que abandonam seus pais,
E não entendo estes que os fazem chorar,
Entendo os sentimentos do homem de bem,
Mas não entendo o homem que pensa em matar;

Não entendo a promessa que a bíblia nos fez,
De que vosso filho pretende voltar,
Não entendo a guerra das religiões,
Se todas pregam que devemos amar;

Eu não entendo o medo dos homens,
Por que o bem perde e o mal tem ganhar,
Não entendo a força do destino,
Não entendo os limites a nos separar;

Eu não entendo a guerra das cores,
O preto e o branco a se discriminar,
Não entendo porque a natureza,
Diz que um tem que morrer para outro escapar;

Eu não entendo tanta inteligência,
A serviço do mal quando devia estar,
Trabalhando pelo amor do mundo,
Que vosso filho pregou antes de nos deixar;

Também não entendo tanta ignorância,
Quando todos deviam poder estudar,
Mas como entender oh, meu pai altíssimo,
Essa espera eterna para te encontrar?!

Desde que nasci que ouço os mais velhos,
A dizer que o mundo vai se acabar,
Mas eu não entendo esse fim do mundo,
Se todo dia ele acaba, como recomeçar?!

Também não entendo o juízo final,
Onde dizem que vamos nos encontrar,
Mas entendo não ser em vão minha luta,
De em Vossa justiça sempre confiar.