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O Brasil está enfrentando sua pior crise de representatividade do século, no campo político. Políticos, empresários e autoridades desonestas estão sufocando o país e todas as pessoas que trabalham, condenando o presente e o futuro de toda sociedade brasileira. O governo, que dispensa comentários, parece adepto da tática da terra arrasada, definitivamente, alheio às dores do povo. Suas propostas de reforma parecem prenunciar o que seria um Brasil dos tempos de “O livro de Eli”. O mais preocupante é a falta de credibilidade desse governo e de sua equipe, o que não parece bastante para que o país se levante e grite.
A inércia do povo talvez se
equivalha à insanidade de um governo sorrateiro no avanço destrutivo em nome de
suas reformas, das quais o povo não pode participar. Impressiona mais é que
esse governo não enxergue a sua necessidade de reforma ética, até porque, a
cada dia, mais um de seus membros é apontado como suspeita em esquema de
corrupção, isso para não falar dos que já caíram “de podre”. Ao se observar o
que é trazido à luz por “Privataria Tucana”, “Uma década perdida” e “O nobre
deputado”, por exemplo, e nada acontecer, fico tentando segurar a toalha no que
se refere a não desistir de acreditar que o Brasil tem futuro, porque fica
claro que tais obras podem corresponder a sinais do câncer que a tempo gestava
no coração do país sem que uma autoridade, sequer, desse um sinal de
importância.
O Brasil está anestesiado,
pois o nível de desconfiança provocada pela onda de corrupção generalizada é
tal, que, em sã consciência, não se admitiria tamanha paralisia de norte a sul.
Os poderes da república são motivos de chacota, e rara é a autoridade sobre a
qual não pese alguma suspeita de politicagem. A sociedade grita pedindo socorro
contra e prisão a favor de seus representantes flagrados em atos de
decomposição moral, em total descalabro perante a coisa pública, despidos de
ética, embora pretensamente revestidos de aguerrida inocência. É deprimente de
se vê figuras públicas a espernear como se boi fossem a caminho do abatedouro,
ao perceber o desmoronamento de uma moral embolorada, carcomida pela insana ambição
perante o alheio.
Nessas circunstancias, é necessário ser redundante, pois nessa guerra dos
maus, impressiona o discurso dos ainda de pé, e de seus cúmplices, assim como o
silêncio de tantos aparentemente alheios ao caos que os cerca. Na ânsia desesperada
de impor uma verdade imaculada, incapaz, contudo, de convencer à mais crédula
das almas, uma fila interminável de mal feitores, apela, repetitivamente, nos
mais diversos espaços da mídia nacional, quer da polícia, quer da política. É o
caos.