terça-feira, 28 de março de 2017

A POLÍTICA DO CAOS

     
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     O Brasil está enfrentando sua pior crise de representatividade do século, no campo político. Políticos, empresários e autoridades desonestas estão sufocando o país e todas as pessoas que trabalham, condenando o presente e o futuro de toda sociedade brasileira. O governo, que dispensa comentários, parece adepto da tática da terra arrasada, definitivamente, alheio às dores do povo. Suas propostas de reforma parecem prenunciar o que seria um Brasil dos tempos de “O livro de Eli”. O mais preocupante é a falta de credibilidade desse governo e de sua equipe, o que não parece bastante para que o país se levante e grite.
     A inércia do povo talvez se equivalha à insanidade de um governo sorrateiro no avanço destrutivo em nome de suas reformas, das quais o povo não pode participar. Impressiona mais é que esse governo não enxergue a sua necessidade de reforma ética, até porque, a cada dia, mais um de seus membros é apontado como suspeita em esquema de corrupção, isso para não falar dos que já caíram “de podre”. Ao se observar o que é trazido à luz por “Privataria Tucana”, “Uma década perdida” e “O nobre deputado”, por exemplo, e nada acontecer, fico tentando segurar a toalha no que se refere a não desistir de acreditar que o Brasil tem futuro, porque fica claro que tais obras podem corresponder a sinais do câncer que a tempo gestava no coração do país sem que uma autoridade, sequer, desse um sinal de importância.

     O Brasil está anestesiado, pois o nível de desconfiança provocada pela onda de corrupção generalizada é tal, que, em sã consciência, não se admitiria tamanha paralisia de norte a sul. Os poderes da república são motivos de chacota, e rara é a autoridade sobre a qual não pese alguma suspeita de politicagem. A sociedade grita pedindo socorro contra e prisão a favor de seus representantes flagrados em atos de decomposição moral, em total descalabro perante a coisa pública, despidos de ética, embora pretensamente revestidos de aguerrida inocência. É deprimente de se vê figuras públicas a espernear como se boi fossem a caminho do abatedouro, ao perceber o desmoronamento de uma moral embolorada, carcomida pela insana ambição perante o alheio.

     Nessas circunstancias, é necessário ser redundante, pois nessa guerra dos maus, impressiona o discurso dos ainda de pé, e de seus cúmplices, assim como o silêncio de tantos aparentemente alheios ao caos que os cerca. Na ânsia desesperada de impor uma verdade imaculada, incapaz, contudo, de convencer à mais crédula das almas, uma fila interminável de mal feitores, apela, repetitivamente, nos mais diversos espaços da mídia nacional, quer da polícia, quer da política. É o caos.




sábado, 18 de março de 2017

POR QUE SANDRO NÃO MORREU?

https://www.google.com.br/search?q=sandro+do+onibus+174&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjI4fnQ6eDSAhVBCpAKHdGWCJQQ_AUIBygC&biw=1317&bih=616&dpr=1#tbm=isch&q=o+assassinato+do+onibus+174+filme&*&imgrc=9L8pqM0-taqkgM:


vocês já não me matam ,
eu escapei,
e até minha morte
é uma vitória só minha,
mas na verdade a morte,
como a vida, está em mim;
se tive início, não sei,
mas sei, não terei fim,
eu e você somos um,
então, como morrer sozinho,
embora a morte teime
em protagonizar...
eu cresci demais...


quarta-feira, 8 de março de 2017

POR MEUS CABELOS BANCOS

httpswww.google.com.brsearchq=cabelo+brancos&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwivstPIlsjSAhVEWpAKHUnoDAYQ_AUIBygC&biw=1362&bih=567#tbm=isch&q=idade+e+sabedoria&


o sinal dos tempos
olhou pra mim
e eu nem percebi,
ele parou em mim,
silenciosamente,
tornou-se companheiro inseparável
até que a partir de um dia
já não era de todo
imperceptível,
até parecia
milesimamente, divisível
e, circunspectamente, equilibrado,
ele não se preocupava comigo,
ao contrário,
se eu o empurrava para um canto
era como se o jogasse sob um manto,
pois ele reaparecia,
daí concluí
olhei-o sério
e pedi:
envelhecei-me com sabedoria.