domingo, 28 de julho de 2019

dor de amor





como posso amanhã não sentir nada,
ante ao que ora meu coração reclama?!
se sinto a vida tão esfacelada
a reduzir-se vorazmente nessa chama!

como posso contentar-me na esperança
de que toda paixão é passageira
se tudo que resta por lembrança
só implora que esta seja a derradeira

e essa dor que se impõe tão soberana
que a nobreza até parece leviana
encenando num palco sozinha,

eis porque meu peito inflama
e querendo e não querendo a chama
essa dor de amor só minha!