segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

JOGO DE PODER


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     O jogo que leva uma pessoa ao “poder”, via de regra, não “obedece” regras, isso porque, à luz dos fatos, as pessoas que têm manifestado ambições pelo poder, em tese, têm colocado essa conquista acima de qualquer pudor. O comportamento de tais pessoas demonstra que elas confiam em que o suposto poder abrir-lhes-á, senão todas as portas, ao menos as que elas acreditam necessárias à “felicidade” pensada, mais uma vez, vitória do conluio pragmático sobre o escrúpulo.
     O país em que vivemos apresenta um repertório vastíssimo de exemplos tão bem registrados e reconhecidos que a ninguém cabe o papel de ingênuo ante a vitrine do terror que se expõe perante todos. Se esses exemplos se restringiam, em tempos idos, ao campo da política, ou eram muito bem escondidos do público ou seus autores eram muito mais competentes, diga-se, o mal era maior, pois ora se espraiam, abundante e escandalosamente, por todos os poderes, inter e intra, institucionalmente.
     A política e o judiciário parecem definitivamente devassados pela sanha luxuriosa do desespero descrente da eternidade que lhes resta, já não cuidam de enganar nem tampouco com os holofotes que lhes pintam com as mesmas tintas, abandonaram de vez as sombras. Também já não parece restar cúmplices, senão circunstanciais, sobrando mesmo, adversários ferozes, ainda que “irmãos”. As posições almejadas, nas escadas da vida, desafiam a integridade que resta na mente, ainda simplória da plateia retardatária, semeando, persistentemente, a descrença nos últimos alvissareiros.
     Em um estado “democrático”, o Poder Judiciário seria a última e sempre viva esperança de correção de abusos, mas no momento em que se perde a confiança nesta instituição, perde-se, igualmente, a esperança em qualquer equilíbrio por direito. Nossos interesses particulares não deveriam jamais se sobrepor aos da coletividade, sob pena de aceitarmos a raia do ridículo como nosso último reduto moral.



“NUNCA O MAIS FORTE O É TANTO PARA SER SEMPRE SENHOR, SE NÃO CONVERTE A FORÇA EM DIREITO, E EM DEVER A OBEDIÊNCIA…”.[1]















[1] Jean-Jacques Rousseau – Do Contrato Social.

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