quarta-feira, 28 de novembro de 2018

A POLÍTICA DO PALCO

https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=626&tbm=isch&sa=1&ei=pj__W7XBIsWMwwSTkpX4Cg&q=o+vazio+do+palco&oq=O+VAZIO+DO+PALCO&gs_l=img.3.0.35i39.33730.37201..39589...0.0..0.296.2278.0j11j2......1....1..gws-wiz-img.......0i8i7i30j0i8i30.34rg4EwPpB4#imgrc=tmX8McO59u1-AM:




Senhores, senhoras, senhorias e excelências, a dor do mundo pede, em gritos, que levantemos nossas bundas do sofá e acudamos nossas vítimas, sob pena de não termos a quem sacrificar amanhã. É isso mesmo, todos sabemos que nossa sociedade é uma fábrica de máscaras, e que, incrivelmente, há uma, sob medida, para cada um de nós.
Ninguém ignora que ao violarmos a natureza, instituímos a citada fábrica como salvo conduto para nossa barbárie, mesmo cientes de que as cortinas não fariam, suficientemente bem, o papel de nos esconder da plateia. Já não sabemos viver senão no palco, escapamos à originalidade, resta-nos continuar barbarizando em mão dupla, só assim aprendemos a rir e a chorar. E essa lição nos arranca, sem que percebamos, da cadeira das vítimas, e nos gradua como atores de medíocre banalização.
O teatro se tornou ininterrupto, ninguém pode fazê-lo parar, ele brota do mais profundo e desconhecido mundo de cada personagem, sempre em cena, que já não se prende a um palco particular, apenas obedece a roteiros quase autômatos. E assim, nos matamos reciprocamente, destruímos tudo que não se traduza na falsa certeza da luxúria convincente de que a recompensa está garantida. Não será ilusão?
E a máscara consegue nos fazer acreditar que estamos a salvos, por mais que a certeza torturante, instalada em nosso íntimo, nos contrarie, nos impedindo de deixarmos o palco, onde rimos e choramos a desgraça de nossa dor. Não importa o tecido que nos cobre a face, esta está putrefata, e quer a lágrima, quer o riso, já não traduz senão o descaminho do errante por ausência de caminho.

domingo, 18 de novembro de 2018

A POLÍTICA DA ESCOLHA



A vida é um universo de escolhas em repouso assim como em ação, e cada ser responde, exclusivamente, por aquelas às quais decide dar vida, quer como escudo, quer como espada.


quinta-feira, 8 de novembro de 2018

esses nossos nós


https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=626&tbm=isch&sa=1&ei=Uo7kW-S5AcW2wASUsbTQBw&q=cerebro+e+cora%C3%A7ao&oq=cerebro+e+cora%C3%A7ao&gs_l=img.3..0.33039.36370.0.37482.17.15.0.1.1.0.271.2049.0j8j3.11.0....0...1c.1.64.img..5.12.2051...35i39k1j0i67k1.0.TgKJhsY9NZw#imgrc=P9FSpNXS0y9qiM:


não me mate com seu olhar gelado
tão distante e afiado
a sumir-se em mim,
esse sorriso
a disparar fatalmente,
a fazer-me de gente
isso que resisto ser,
mas há algo que não se manifesta
está escrito em sua testa,
está sobrando de você,
não vejo, não ouço,
mas pressinto,
em nós está se fundindo
um encontro extra-nós
e tão presentes quanto ausentes
escapamos a sós.