segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A POLÍTICA DA “SALVAÇÃO”

https://catracalivre.com.br/geral/inusitado/indicacao/macaco-adota-filhote-de-cachorro-e-da-exemplo-de-generosidade/
     

     O que seria a política da salvação? Tal política seria uma ideia pensada a partir de um conceito de prática exemplar que resultasse em atitudes capazes de não produzir o indesejável em toda e qualquer configuração. Não se trata de pretender eliminar as diferenças, mas de nos impor a autodisciplina capaz de nos impedir de advogar contra quem quer que seja, isto é, de colocarmos o cuidado para com o outro, da mesma forma que o colocamos para conosco. Só respeitando as diferenças, elas poderão produzir resultados de “nível superior”, resultados esses que serão compartilhados por todos em benefício de todos.

http://arosadotemplo.blogs.sapo.pt/5047.html

     O discurso sobre um ser humano falho e sobre as diferenças das pessoas, ao longo dos tempos, parece alimentar e defender um tipo de emancipação egocêntrica da humanidade como deusa da discórdia, capaz de assegurar práticas absurdas entre pessoas tidas como “normais” e inteligentes. É de conhecimento histórico que, se os absurdos da humanidade não pouparam as vítimas de seus autores, tampouco os poupou. Em verdade, não há premiados pelas práticas do mal, da mesma forma que não parece razoável se considerar vencedores de guerra, quiçá sobreviventes. Ou seja, talvez possamos, em algum tempo, refletir sobre a morte como castigo, uma vez que a eternidade dourada jamais será prêmio para alguém.

https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=578&noj=1&tbm=isch&sa=1&q=amor+perfeito&oq=amor+perfe&gs_l=img.3.0.0l10.24765.28157.0.29987.15.15.0.0.0.0.511.1833.0j6j2j5-1.9.0....0...1c.1.64.img..8.7.1427...0i8i30k1j0i5i30k1j0i30k1j0i67k1.FzXRK-BbD84#imgrc=L7kuJoQPVJzQDM%3A

     Esse tipo de política parece concebível? Partindo de “onde estamos” e de “quem ora somos” é razoável se dizer que não, mas se recuarmos 100 (cem) anos para cada grande descoberta científica, ora já tão simplificada, até banalizada, como o “avião”, por exemplo, podemos ser levados a repensar cada resposta que, apressadamente, salte aos nossos lábios. Que cada um pense o tipo de “políticas” que adotaria para o “futuro” sonhado de sua família, caso dispusesse de todo recurso que julgar necessário. Agora pense se a sociedade, na qual você está inserido, fosse apenas uma grande família e você, seu pai, o provedor. Naturalmente, que um pai zeloso prima pelo bem de seus filhos, contornando qualquer obstáculo que se apresentar com o único objetivo de garantir o bem-estar de seus protegidos.

https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=578&noj=1&tbm=isch&sa=1&q=manh%C3%A3+de+sol&oq=manh%C3%A3+de+&gs_l=img.3.0.0l10.55558.56397.0.58001.4.3.0.1.1.0.139.383.0j3.3.0....0...1c.1.64.img..0.4.391...0i67k1.ayBaojadFEM#imgrc=w5N5Pxs-Y8vDWM%3A

     O despertar para “salvar” a nós mesmos, em princípio, requer essa tomada de consciência, a aceitação do compromisso em prol do outro como se este não passasse de nossa extensão, o exercício ininterrupto da autodisciplina, a renúncia definitiva da desculpa pelo não fazer, a determinação indelével de não retroceder a esse preceito, a consciência intransigente de que seu bem depende do bem do outro e vice-versa. Aceitarmos a sociedade como uma família para a prática de tal política seria tirarmos o máximo de tudo pelo bem de todos, incansavelmente.  Tal prática seria repassada de geração pra geração, e quaisquer que fossem as formas de educar ou formar os jovens, seriam únicas.

https://www.google.com.br/search?q=realidade+nua+e+crua&biw=1366&bih=578&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjc_u252szQAhVJiZAKHZRYCewQ_AUICSgE#tbm=isch&q=arrependimento&imgrc=Je9svtKFLA-22M%3A

     Utopia à parte, as práticas corriqueiras da sociedade, não obstante desenhadas e identificadas, com causas e defensores, elas também não poupam uma ou outra parte, apenas os resultados de sua “justiça”, ordinariamente, seleciona a posição de cada um na fila de seus acontecimentos, incapaz, contudo, de administrar o extraordinário, com o que, vez por outra, surpreendem-se seus pretensos plantonistas. Daí, mesmo que impalatável, percebe-se que o palco em que encenamos é um só, portanto, que não se pode negar que nesse xadrez, somos todos peões.

O ARREPENDIMENTO ATÉ PODERÁ VIR, MAS SEM Ctrl+Z.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

DESONESTIDADE, PATRIMÔNIO DE QUEM...?

https://www.google.com.br/search?q=DESONESTIDADE&espv=2&biw=1366&bih=627&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjyt6mrybPQAhUJh5AKHX5LADsQ_AUIBigB#tbm=isch&q=DESONESTO&imgrc=Rka_Q3gmhRoFOM%3A

     Cultura é o “conjunto de tradições, técnicas e conhecimento de um povo”; entre tantos outros, este é um conceito que parece bastante ajustado ao termo em tela. Já se tornou clichê o discurso que atribui as mazelas do Brasil à sua cultura, isto é, quando alguém é flagrado em comportamento pouco ou nada recomendável, normalmente, se culpa à nossa cultura, como é o caso do já famoso “jeitinho brasileiro“, “o vício do cachimbo deixa a boca torta” etc.
     Uma verdade que parece incontestável é a de que nossa cultura é mais que, relativamente, desonesta, é a de que nossa predisposição ao crime, mesmo que em fase embrionária, é prática comum em nosso dia a dia, o que já nem nos constrange.  As práticas desonestas, corruptas, vis, torpes etc., em linhas gerais, asseguram a seus praticantes um êxito tal, que, normalmente, a honestidade sequer “ousará” pretender, pois a cultura da imoralidade brasileira tornou-se sistêmica, naturalmente, e isso se impõe de forma tão estupidamente incorrigível, que se negar a obedecê-la é, simplesmente, o mesmo que abdicar do intento.
     Uma reflexão, mesmo que superficial, da história do Brasil, joga luz sobre inúmeras situações de comportamentos desonestos. E para começar, podemos trazer “a descoberta do Brasil”, por exemplo, que cabe perfeitamente ser rediscutida sob o ponto de vista de invasão, afinal, seu suposto descobridor/invasor não fora convidado.
     Outra reflexão pode sugerir um motivo bastante forte para "explicar" a desonestidade da sociedade, não apenas brasileira, o capital, instrumento pensado para atender a “todos” os desejos do ser humano. E a ilusão da “riqueza” que alimenta a desenfreada busca por mais e mais capital, na insana confiança de que isso transforma pessoas em seres “superiores”, impede que se reflita sob a ótica do bem e da ética.
     Os exemplos dados e reiterados em abundância por pessoas em postos de relevância no comando dos destinos de um país, como é o caso do Brasil, não só reforça a ideia de que a cultura da desonestidade impera com êxito e completo desembaraço, também estimula seguidores, ridicularizando com descaso e insucesso quem não se submete à regra da corrupção já, institucionalmente, pacificada.

A CULTURA POLÍTICA[1] BRASILEIRA DEFORMA A SOCIEDADE.



[1] Habilidade no relacionar-se com os outros tendo em vista a obtenção de resultados desejados. (DICIONÁRIO HOUAISS)

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O PODER E O POVO

     
httpswww.google.com.brsearchq=o+poder+e+o+povo&espv=2&biw=1366&bih=638&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiA79Tbw5rQAhXBgpAKHXqeCnkQ_AUICCgD#tbm=isch&q=multid%C3%A3o+de+pessoas&imgrc=PUJEDkPiyg7xoM%3A

     A relação entre poder e povo oferece muito, senão tudo que precisamos para refletir sobre o que nos cerca desde sempre, afinal, aquele não existe desassociado deste. Talvez jamais se esgote a discussão sobre o poder estar com o povo, não obstante as controvérsias, até porque, não raro se percebe este sendo oprimido por aquele. 
     O mais importante é a reflexão que fazemos para entendermos como surgem o poder e seus desdobramentos. Ele não emana do nada, não tem existência concreta, não tem senso de humor, mas no campo do abstrato, ele assume a posição de entidade máxima quando se trata de fazer acontecer.
     Uma análise superficial nos desperta para a relação entre poder e força e como esta parece mais compreensível em sua origem, isso já aponta, ao menos para um entendimento: se aceitarmos que o mais “forte” tem mais força teremos de aceitar que o mais forte é o mais poderoso.
     No entanto, o poder, a força e o povo continuarão estimulando nossas discussões. Mas outro entendimento se desenha: o poder precisará de organização, ou seja, poderá tê-lo quem melhor se organizar. Caberá ao povo essa façanha sob pena de ser organizado, dominado, instrumentalizado, transformado em boi de boiada.
     Ante o que se constata nos palcos da vida, não seria demais afirmar que o povo perdeu seu atributo mais valioso, e a pequena parcela de pessoas que melhor se preparou no desafio de entender o poder, abraçou-o como uma mãe a sua cria.

     Nesse momento, no Brasil, é assustador como o povo parece anestesiado, aguardando sabe-se lá o que para levantar. Resta-nos torcer para que não lhes faltem pernas.