terça-feira, 28 de novembro de 2017

o último dilúvio

https://www.google.com.br/search?q=o+%C3%BAltimo+dil%C3%BAvio&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwipn9zP7eHXAhVMOZAKHfmXB-gQ_AUICygC&biw=1366&bih=637#imgrc=U1gmSc1HsQQIUM:


essas águas
sangraram de nossas dores
e essas dores
calarão misericórdia,                                         
mas um punhal
afiado como língua
mouco se fará
ao gemido do irmão,
e numa escuridão particular,
ele dançará frenético
em seu palco
macabro e vazio,
e no silêncio
de uma plateia ausente,
ele sangrará
sua própria dor,
e ao eco d’um aplauso fúnebre
boiará sozinho
na gofada silenciosa de ninguém
em estranha multidão.


sábado, 18 de novembro de 2017

Biscateiros de carteiras

https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=637&tbm=isch&sa=1&ei=Bd0QWoPcG4ugwgSikZLQBA&q=congresso+nacional&oq=congresso&gs_l=psy-ab.3.0.0l10.34430.36131.0.37742.9.9.0.0.0.0.192.1095.0j7.7.0....0...1.1.64.psy-ab..2.7.1094...0i67k1.0.qAj7v0o7M0M#imgrc=my5sVegFIkA8PM: 


Eu sou biscateiro,
Não nego, sou interesseiro,
Gosto de dinheiro
E o meu primeiro;
Eu tenho amigos
Que concordam comigo,
Também inimigos,
Uns tais antiquorum,
Tolos reacionários,
Contra seus próprios salários,
Quem eles pensam que são?
Aqui ou no congresso,
Palavras! Não meço,
Meto o pau na oposição,
Se me enfrentam,
Eu pilherio,
Quorum?!
dou quando quero,
A maioria lidero,
E assim biscateio
Cargos, mordomias e jetons,
Amigos e inimigos bons,
Garantindo assim
Nossa reeleição;
O povo é receptivo,
Ignorante, mas compreensivo,
Apesar dos subversivos…,
Um abraço,
Um aperto de mão…,
Causa-lhes nova impressão,
E na próxima eleição,
Essa enorme multidão
Ao congresso nos retornarão,
E nos aposentaremos,
Mas jamais nos negaremos,
A esse povo que sabemos,
Não nos esquecerá,
Pois se alguém tropeça
Nãoquem nos impeça
De lhes condenar,
E darmos aos brasileiros,
Testemunho de justiceiros,
A lhes defender,
E assim,
Quem nos acusará?
CPIS?! Quem as formará?
Pra nos investigar?
E se alguém se ousar,
O faremos calar;
Tal culpa,
Saberemos a quem dar,
E nos manteremos,
Líderes, presidentes,
De câmaras, senado e nação,
Estados, municípios e povão,
E assim passaremos nossas cadeiras,
Aos nossos e/ou nossas herdeiras,
Dando-lhes por garantia
E em nome da democracia,
Nossa história, nosso nome,
De grandes e pequenos homens,
Como herdamos de nossos pais,
Antes e ainda fácil demais,
E cada dia mais;
Uma política industrializada,
De manobras organizadas
E mentiras deslavadas,
Mas que nos somam
Incríveis dividendos,
E felizes vão sendo,
Quem morrer no poder,
E assim se defendendo
De mesmo, remotos,
Inquéritos horrendos,

Estupendos…

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

poesia, como você definiria?

https://www.google.com.br/search?q=poesia&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjKtrvulbDXAhWLHpAKHVnxArkQ_AUICigB&biw=1366&bih=637#imgrc=356otp3yZ_OMKM:


poesia,
o que é poesia?
poesia… éééé… sei lá,
poesia é poesia, ué!
é madruga ao pino do meio-dia,
é um dia estrelado,
só de estrelas-guia;
poesia é a noite,
é a chuva de açoite,
é a tristeza da alegria,
é palavra, é silêncio,
é o sabor da melodia,
poesia é a crise em riso
é o amor em agonia.