Senhores
e Senhoras militares que compõem essa nobre instituição, vocês são os
verdadeiros heróis e heroínas de nossas "guerras" diárias, das quais,
nunca saímos da mesma forma que entramos, pois vocês não são apenas combatentes
defensores e defensoras, também são pessoas, pais e mães que travam essa
batalha invencível, incansável e, pior, interminável, sem nenhuma certeza de
que voltarão para suas casas sãos e salvos para abraçar suas famílias.
Vocês
convivem diuturnamente com a realidade que ninguém deseja para si, a ameaça
real, não apenas às suas vidas, às de seus familiares também. Mas não há dor
que se compare à de seus órfãos e órfãs, viúvos e viúvas. Tudo isso é muito
maior que uma profissão, parece até maior que a própria vida, afinal, quantas
vidas de vocês já sucumbiram nessa luta, já tombaram e ficaram no percurso
doloroso que vocês fazem dia e noite a favor da vida de toda a sociedade?
É
sabido que a sociedade nem sempre confere a vocês o valor que vocês merecem e
têm. E se essa sociedade é ingrata e até injusta com vocês, infinitamente pior
que ela, são aquelas pessoas que detêm o poder de lhes respeitar e conferir a
dignidade que, mais que qualquer outra categoria, merece. Por outro lado, ver
vocês nessa luta diferente, em defesa direta de seus interesses e direitos,
direitos esses, ora desrespeitados por quem melhor conhece a importância e
valor de vocês, me leva a vê-los não apenas como militares, mas como
trabalhadores como eu.
Digo
isso porque em muitas ocasiões, nós civis, na mesma luta em que vocês estão
agora, não raramente somos vítimas do arbítrio do poder que impõe a vocês que
nos reprimam com seus cassetetes, e que, muitos de vocês atendem a tal
determinação como se nos desejassem mortos, quando deveríamos somar forças,
afinal, trabalhador respeitado é trabalhador forte. Não há razão para ignoramos
que somos operadores do mesmo sistema, portanto, gastar nossas forças contra
nós mesmos não passa de um tipo de suicídio lento e doloroso.
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