Era uma vez um paraíso. Em
nossos conceitos, era um paraíso imenso, imenso em tamanho, em grandeza, em beleza,
em riquezas naturais, imensamente belo, imensamente rico, imensamente próspero.
E, como é normal dos paraísos, ali, todos, dizem, que viviam em paz; até que um
certo dia, um certo tempo, em que estranhos surgiram e invadiram o paraíso.
De onde surgiram os
estranhos, ainda não se sabe. Mas a verdade é que tempos se passaram e o
paraíso foi sendo transformado ao gosto desses estranhos. E o tempo parece que
não passa, porque os estranhos continuam transformando o paraíso. Inclusive,
eles decidiram inventar um muro no paraíso, esse muro a gente olha, mas não vê.
É um muro imenso, é um muro que parece intransponível.
Em um certo tempo, os
estranhos orgulhosos de si, de seus feitos e de seu muro, decidiram que o
paraíso seria dividido, uns ficariam de um lado e os demais do outro lado do
muro. E assim criaram uma guerra; esses estranhos estimularam a guerra, provocaram
a guerra e incitaram os demais à guerra.
E eles decidiram que,
quem fosse a favor de A, ficasse do lado A, quem fosse a favor de B, ficasse do
lado B do muro. E o estranho é, ninguém esperava, uma imensidão decidiu que não
seria do lado A nem do lado B. Essa imensidão decidiu ficar em cima do muro,
mas, como que ninguém vê o muro?
Então decidiram
radicalizar, os estranhos; bom, vamos fazer a guerra; armaram seus
simpatizantes com todas as armas possíveis e colocaram-se em pé de guerra, um
de cada lado do muro, e aquela multidão encima do muro.
E começou a guerra, e
para não dizer a vocês como essa guerra acabou, pense quem sobreviveu, o lado
que venceu a guerra. E, pense o que é ficar em cima do muro.
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