As forças que dominam o mundo, desde sempre, podem até ter nascido da
espada, passado pela moeda e hoje parecerem estabelecidas na bala e na moeda,
mas algo impalpável parece se somar a esses elementos. Naturalmente, que as
configurações das sociedades sofrem alterações constantemente e não há que se
estranhar que sentimentos diferentes alterem o comportamento das pessoas frente
às suas necessidades e às suas paixões, o que contribuem, decisivamente, para
as mudanças gerais dessas sociedades.
O domínio sobre os povos sempre se deu por pessoas que, administrando
bem suas forças, souberam se impor e estabelecer-se "governantes",
não impedindo, contudo, a sobrevida dos insatisfeitos, diga-se, da oposição. No
entanto, a cada dia, esse elemento intangível, não sei se fé, paixão,
ideologia, ou tudo junto, se soma mais decisivamente às tomadas de decisões, o
que implica em mudanças bruscas, e não raro negativas, na vida das pessoas,
especialmente, das que produzem as riquezas das respectivas sociedades.
O necessário recorte sobre essa análise, para que possamos ser mais
objetivos, se impõe e exige que olhemos para algumas mudanças ora impostas
sobre a vida dos brasileiros, especialmente, no que diz respeito ao que sempre
chamamos de conquistas. Os políticos, via de regra, organizam suas campanhas e
discursos em torno de supostos públicos e seus interesses ou necessidades. E é
sabido que, uma vez eleitos, eles trocam de papéis com aqueles que os elegeram,
passando a ser os eleitores dos projetos dos banqueiros e empresários, compondo
o time dos carrascos do povo.
Esse elemento intangível tem agido sobre e sob o que quer que seja que
nos anima e tem alterado nossas formas de compreensão e ação de modo a permitir
ou exigir que não distingamos o "certo do errado" e ainda defendamos
o que nos imponham mesmo contra nós. Parcela imensurável de brasileiros está
sendo conduzida para um caos, aparentemente, imperceptível, pois como se não
bastasse não reagir, ainda demonstra confusão sobre o que ora assiste. Essa
apatia pode até apresentar caráter político partidário, mas a lâmina que nos
fere ignora nossa filiação.
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