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O Brasil parece viver sob o signo da propina, tamanha sua preferência pelas facilidades do ilícito. Tantos conselhos recebemos de pais e mestres, tantos castigos por nossos desvios, mesmo os mais comuns da juventude, tantas críticas de todos os lados por nosso pouco jeito com esta ou aquela “coisa”, tantas receitas pareciam nos “condenar” ao sucesso ético e moral, tão poucos exemplos dignos vemos e tantos outros a assustar quem acreditou nas “boas lições”.
A propina parece está para a política partidária
brasileira, conforme as mais diversas fontes, assim como o Papa está para
Roma, pode-se dizer, fato suficiente para escandalizar qualquer povo,
pretensamente de bem. Tal situação colocaria, nós brasileiros, em uma posição
de desmoralização total. Qualquer que seja a esfera onde se faça política
partidária no Brasil, a “propina” é um combustível indispensável, mesmo que tal
palavra jamais seja pronunciada e haja, inclusive, quem a recuse, o que certamente
há, para salvar a exceção, sem, contudo, representar obstáculos a seus adeptos.
A propina, na política brasileira, representa um tipo de
senha, sem a qual o político não é levado a sério, ela se tornou sistêmica, ou
orgânica, conforme pretendamos, e é claro que todos sabem que ela não é
propriedade nem produto de político, mas de toda sociedade, pessoas e
instituições. Combatê-la, não deixa de soar fantasioso, especialmente, por
ainda parecermos ignorar que tal combate terá de ser iniciado na formação do combatente.
Ah, mas por quem? Boa pergunta.
O brasileiro precisa ser reeducado, mas, naturalmente,
que essa tarefa precisa ser assumida e praticada de cima para baixo. Assim como
o Estado se impôs e hoje não podemos dispensá-lo, uma formação ética precisa
ser imposta sob um novo conceito de responsabilidade. Não é razoável que uma
pessoa, dita normal, ignore o direito de outra a ponto de atropelá-lo, enquanto
defende o seu com a ferocidade de um cão.
A legislação brasileira precisa estar em sintonia com a
moralidade, tanto na teoria quanto na prática, assim como os homens públicos
precisam estar acima de qualquer suspeita. Cargo público, qualquer que seja, precisa
ser conquistado via concurso público, jamais por indicação política. A política
não pode ser carreira, e a sociedade não pode ser vítima de casuísmos. Tudo isso
pode se tornar realidade, quando a propina for combatida e vencida, até que nos
envergonhemos de ser desonestos.
Nas discussões mais comuns,
acerca do mundo político, a ignorância aliada à hipocrisia, cada uma sob a
máscara que lhe cabe, escolhem seus defensores, enquanto esta se vale da sutileza
pragmática de quem sabe o efeito de cada gesto comunicativo, aquela, mais
intempestiva, agarra-se à “fé” ideológica temperada, sob medida, com seus
sentimentos mais egoístas.
MUDE VOCÊ E NÓS MUDAREMOS O MUNDO.